Ele saiu... Tinha uns quinze minutos até que retornasse. Pensou consigo mesma por alguns segundos e resolveu fazer um agrado inusitado, dirigiu-se com uma pressa comica ate a cozinha atras de algo para o amado que chegaria logo com a vodka.
Pensou na vodka, pensou na surpresa dele ao ver que ela havia cozinhado algo. Essa experiencia de casal estava se mostrando cada vez mais produtiva, uma vez que se conheciam a fundo e gozavam de liberdade e intimidade. Parou alguns segundos com a sopa de letrinhas em maos e pensou no tamanho do sentimento que nutria, e no quao forte o abracaria quando entrasse porta a dentro.
Ferveu a agua e tentou cozinhar a sopa, nao sabia se estava certo... no fim das contas a sopa tinha virado uma papa mas fora feita com todo o carinho e amor do mundo. Estando ciente disso, se deu por satisfeita.
Ele chegou! Como se nao o tivesse visto por semanas o apertou forte contra o peito e beijou vorazmente sua fronte grande e palida, que se ergueu numa expressao de surpresa:
- aconteceu alguma coisa amor?
- nao! precisa acontecer para que eu te abrace? senti saudades, soh isso.
- hm... entao, o que eh aquilo ali no fogao? foi voce quem fez?
- foi! eu fiz uma sopa de letrinhas pra ti! nao ha nada de especial nela, esta meio estranha mas o gosto esta bom, eu provei.
- que linda, minha namorada me fazendo sopa.
Ele colocou a vodka em cima do balcao, sem nem tirar da sacola plastica. Ela, cheia de jubilo e deveras com um rubor infantil na face comecou a servi-lo.
- assim esta bom?
- esta otimo... eu comprei a vodka mais barata e alguns limoes, o que voce fez enquanto estive fora?
- soh a sopa mesmo e, pensei muito em nos. - ela observava com devocao cada um de seus movimentos, o admirava e diante daquela cena linda mais uma vez se perdia em devaneios e procurava maneiras de medir e expressar seu sentimento.
- algum problema? - segurou a colher na metade do caminho e a encarou afetado
- nao meu amor! pensava coisas boas, sentia tua falta.
- hmm esta sopa está mesmo uma delícia
- vai querer mais? - ja estendeu a mao contentemente em direcao a caneca pra servi-lo de mais uma ou duas conchas da tao simaptica sopa de letrinhas
- nao, nao. estou satisfeito, mas guarde para amanha.
- pode dizer amor, sou uma eximia cozinheira e dona de casa.
- uma eximia namorada, isso sim.
- meu amor!
Terminado o manjar digno de dois amantes augustos, ela se dirigiu a sala para escolher um filme enquanto, de praste, ele preparava a caipirinha. Jogou um colchao qualquer no chao, buscou uma coberta e ta-dá, estava tudo perfeito. Flawless como ela teria dito. Nao escolheu filme algum, decidiu que queria apenas gozar da presenca do amado e esquecer do mundo com ele naquela noite que pertencia somente ao dois ...e assim seria eternamente.
Foi a cozinha e o surpreendeu com o abraco, ele, olhando de soslaio fez um beico irresistivel, pedindo por um beijo... ela, hipnotizada cedeu-lhe varios. Pronta a caipirinha, foram juntos e de maos dadas para a sala. Deitaram.
- espere um pouco- disse ela.
- o que amor?
- soh espera!
Ele esperou e, passados alguns segundos ela voltava com velas nas maos e as acendia em volta do colchao. A sala se iluminava aos poucos com o fogo enquanto os dois coracoes queimavam juntos desse amor sublime. Jah alterados, se olharam com tamanha conviccao e cumplicidade que ja nada no mundo importava, a vida estava ali e tinham um ao outro soh para si. Beijaram o beijo dos amantes verdadeiros e se amaram como se jamais veriam um ao outro, selando um compromisso eterno... de alma para alma e sem palavra alguma haviam decidido que assim seria para sempre, perto ou longe, somente um, o complemento do outro e vice versa.
Ela adormeceu, ele a apertou contra o peito... inconscientemente ela levou a mao ao peito dele, como ele tanto gostava, retribuindo o o gesto de carinho.
- you are so cute when you are asleep, I will always take care of you.
Dormiram juntos, o sono dos justos...
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